Cidade: Caxias do Sul - RS
Programação conjunta: 2ª Semana das Etnias Promoção e Coordenação do Ponto de Cultura Casa das Etnias e Semana Oficial do Hip Hop Ano II -Caxias do Sul
Apoio: Pontos de Cultura "Capoeira, Cultura que Une" e "UAB Cultural"
Local: Sala de Teatro Prof. Valentim Lazzaroto ( Centro Municipal de Cultura Dr Henrique Ordovás Filho)
Bairro Panazzolo
Fotos: Juarez Ribeiro
Centro Cultural Ordovás Filho
Rua Luiz Antunes, nº 312 - Bairro Panazzolo
tomada de palco
o público chegando
grupo de estudantes senegaleses
asistindo à tomada de palco
no camarim, antes da apresentação - tudo pronto!
inicia o show - no primeiro plano, a banda: Ânderson, Degenê, João Fernando, Yasmini e Vladimir.
Abrimos o espetáculo com uma evocação à Àfrica, através da junção de duas canções
angolanas associadas a três poemas brasileiros: Poeira, um lamento do cantor
angolano Barceló de Carvalho - mais conhecido por Bonga seguida de Muxima, canção tradicional de
Angola, adaptada pelo músico angolano
Liceu Vieira Dias, um dos
responsáveis pela consolidação da identidade musical angolana no período de
transição (pós independência). Muxima, no idioma Kimbundu, significa “coração”.
Foram recitados os poemas: O CANTO DA LIBERDADE, de Solano Trindade, SINTO ÀS VEZES QUE SOU UMA CRIANÇA SEM MÃE e
ENCONTREI MINHAS ORIGENS, ambos
do poeta gaúcho Oliveira Silveira.
Poeira
Autor: Bonga
Era
poeira do posto
Roeira
na rua pra nos kuatar
Vento
era empoeirado
ventava
os cubicos
nos
empobrecer.
Poeira
com impureza
Sempre
levantou
E
nos bofocou
Roda
, sai do rodopio
Que
o chefe do posto vai te zangular
Lembro
, eu era kanuku
Fugia
da cerca pra salvaguardar
Me
lembro, toda essa desgraça
Negros
transpirados
da
rusga fugir.
Vladimir Rodrigues dizendo :
O CANTO DA LIBERDADE
( Solano Trindade)
Ouço um novo
canto,
que sai da
boca,
de todas as
raças,
com
infinidade de ritmos…
Canto que faz
dançar,
todos os
corpos,
te formas,
e coloridos
diferentes…
canto que faz
vibrar,
todas as
almas,
te crenças,
e idealismos
desiguais…
É o canto da
liberdade,
que está
penetrando,
em todos os
ouvidos…
Kyzzi Barcelos Rodrigues recitando
SINTO ÀS VEZES
QUE SOU UMA CRIANÇA SEM MÃE
(Oliveira Silveira)
Sometimes I feel like a motherless
child/
a long way from home... (Um spiritual)
É,
sinto às vezes
que sou uma criança sem mãe
que vai pelo mundo
à procura de quê? de quem?
Sinto às vezes que sou uma criança sem
mãe.
Que negro poderá dizer
que nunca se sentiu
uma criança sem mãe
que pelo mundo vai?
que pelo mundo vai?
Que negro poderá dizer
que nunca se sentiu
uma criança sem mãe
que vai pelo mundo
à procura de quê? de quem?
Que negro poderá dizer
que nunca se sentiu
uma criança sem mãe
mesmo em África-mãe?
É,
nenhum poderá dizer
que nunca se sentiu
uma criança sem mãe
que vai pelo mundo à procura ,talvez
da suave mão que chame: vem
da doce voz que diga: fim.
Sinto às vezes
que sou uma criança sem mãe.
É.
Angelita Baptista recitando:
ENCONTREI
MINHAS ORIGENS
(Oliveira Silveira)
Encontrei
minhas origens
em velhos arquivos
livros
encontrei em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens no leste,
no mar
em imundos
tumbeiros
encontrei em doces palavras , cantos
em furiosos tambores, ritos.
Encontrei minhas origens
na cor de minha pele
nos lanhos de minha alma
em mim.
Em minha gente escura,
em meus heróis altivos,
encontrei!
encontrei-as !
Enfim, me encontrei.
Sopranos: Kyzzy, Vera Regina, Cristiane e Josi
Contraltos: Luciane, Suzana e Angelita
Jorge Artur(baixo), Lizandro e Antônio Amaral(tenores)
Lizandro Paim cantando "Meu cabelo em Paz"
Rap de Lessandro
Lara (Koyadê) e Oliveira Silveira
Meu cabelo…
Deixa meu cabelo
em paz !
Cabelo carapinha, engruvinhado, de molinha,
Black power, dread
lock ou trancinha
Cabelo puro que
dizem que é duro
Cabelo belo que
eu não corto a zero
Não nego,
assumo, assino: pixaim
Cabelo bom que
dizem que é ruim
E mesmo assim
fica bem em mim,
Porque eu quero,
porque eu gosto, porque sim,
Porque sou
assim, quero ser mais eu, quero ser mais neguim
Cabelos que
negros, cabelos que negros
É poesia
ritmada, é puro sentimento
Inspirada nas
palavras, poesia verdadeira
Poeta negro
Oliveira Silveira
Pode crer, dos
meu! Eu entendo este drama
Tem gente que
não entende e ainda reclama
A gente raspa o
cabelo, estica e faz chapinha
Maldito padrão
de beleza que nos discrimina
E não nos dá o
respeito, não nos dá emprego
Tem que raspar o
cabelo, tem que alisar o cabelo
Eu quero só o
respeito não quero nada de mais
Deixa o meu
cabelo em paz!
Megga hair,
hennê, pasta fria, tanto faz
Por Oduduwa,
deixe meu cabelo em paz!
Eu quero mais é
ser assim do meu jeito
Vencendo as
barreiras, vencendo o preconceito
Daquele jeito eu
vou levando, sangue bom!
No samba-rock,
hip hop é o som!
Se liga mano, se
liga mina
Se liga no que o
mano Koyade manda na rima
Eu vim aqui para
falar na humildade
Sinceridade e
não o dono da verdade
Venha comigo e
não esqueça nunca mais
Deixe seu cabelo
em paz!
Meu cabelo…
Deixa meu cabelo
em paz !
A todos os manos
e manas que levam a vida numa boa
Desejo tudo de
bom com todo respeito por qualquer pessoa
Que tenha saúde
e felicidade e o resto corra atrás
Muita paz, muita
paz, muita paz!
Meu cabelo…
Deixa meu cabelo
em paz !
a diversidade na platéia
percussão cheia de balanço
casa cheia
apresentador: Lisandro Paim
E o programa se desenvolveu com:
Jongo do Irmão Café
Autores:
Wilson Moreira e Nei Lopes
Arranjo
vocal: Laércio Guedes de Faria
Pagando Promessa
Autor: Kako Xavier
Arranjo
Vocal : Laércio Guedes de Faria
com as seguintes músicas incidentais, todas canções relacionadas com os maçambiques e quicumbis, celebrações afro-católicas do Rio Grande do Sul
- O
Tambor ta Batendo, música de domínio público
-Ventre livre Autores: Ivo Ladislau e Carlos Catuipe
-
Maçambique de branco Autores:
Cassio Ricardo e Juarez Weber de Branco”
- Vamo-nos embora, música
de domínio público.
Sirê para Oxum
Canção de domínio público
Arranjo Vocal : Luiz André da Silva
Sina
Autor: Djavan
Arranjo vocal: Alexandre Zilahi
Mestre-sala dos mares, com sua letra original.
samba-enredo composto por João Bosco e Aldir
Blanc na década de 70 um em homenagem a João Cândido
Felisberto, o marinheiro negro, gaúcho que comandou a Revolta da Chibata, em 1910, no Rio de Janeiro. A letra original foi
alterada pela censura do governo militar da época.
O Coral do CECUNE recupera essa letra que foi censurada.
Meu cabelo em paz
Autores:
Lessandro Lara (Koyadê) e Oliveira Silveira
Arranjo
vocal: Coral do Cecune
300 anos
Autores
: Paulo Cesar Feital e Altay Veloso
Kizomba festa da raça
Autores:
Rodolfo, Jonas e Luiz Carlos da Vila; Arranjo vocal: Luiz André da Silva
Jorge Artur(Onifadê) cantando "Kizomba, festa da Raça",
de Rodolfo, Jonas e Luiz Carlos da Vila
a platéia levanta, canta e dança junto...
pura emoção!
O Coral recebe das mãos do Sr Irani Marin um exemplar de "Histórias de Caxias do Sul"
obra organizada Liliana Alberti Henrichs, com textos de diversos autores caxienses, editada pela
Secretaria Municipal da Cultura
Secretaria Municipal da Cultura
Josi Viegas Cunha, Irani Marin e Suzana Ribeiro
Depois do show...
Senê ,Senê,
Sene, Senê-Senegaaal.....
Olha o menino senegalês segurando a criança brasileira (Toumani) para a foto
Conforme postou Cristiane Gomes(Soprano) no seu Facebook:
quando a língua é uma barreira,
o som dos tambores estabelece o diálogo
na Colina Sorriso
Carmem de Souza "inventando coisas" com os
nossos mascotes (Oluiême, Otávio e Toumani) no pátio
do Centro Diocesano. Faltou o Gabriel na foto.
ensaio, no domingo, 25, depois do café
liberando o corpo
João Fernando, Vladimir, Degenê e Ânderson
Nesta foto aparece gente que não esteve no palco: Juarez Ribeiro Coordenador-Geral do CECUNE, cantor licenciado (que fez estas fotos), Laércio Guedes(maestro), Gabriel Araújo(mascote crescidinho) e a cantora licenciada Carmem Lúcia de Souza, que nesta viagem tomou conta dos pequenos.